Luíza seguiu os caminhos iluminados, até se cansar e deslizar pela parede. Meia-noite. Era o fim. Não encontraria sua filha até o amanhecer. Chorando, abraçou a caçula e suplicou que ela, pelo menos ela, fosse salva. Sabia que tinha sido vencida pelo enigma. Deveria ter seguido pelo escuro, mas era tarde. Pensou até em levantar-se e tentar reverter a situação, até que a parede em que ela estava encostada desabou e por trás dela, um ser de capa branca se encontrava.

_ Vocês perderam. – disse a voz metálica.

Luíza sentiu a respiração falhar e, quando olhou para Cecília, a menina já estava desmaiada. Segundos depois, ela também desmaiou, despertando dentro do que lembrava um templo, de paredes douradas. A esfinge.

_ MÃE! – Júlia estava lá, ferida, mas solta. E correu em direção à mãe e irmãzinha.

_ Perderam. – disse a voz.

A esfinge se fechou num ranger. Dessa vez, a família morreria devagar. E seria engolida pelos escombros, quando o solo se rendesse. Soterrada. Devorada pela esfinge.

E, ouvindo os gritos das três de longe, sorria Aurélio para a esposa, Mônica, encapuzada de branco.

_ Vamos, querida.

   Os gritos soavam, a ambos, como um jantar bem servido.

​

   A esfinge devorava satisfeita.